ALLAN
KARDEC - Pseudônimo
de Hippolyte Léon Denizar Rivail, nasceu na rua Sala
N. 76, Lyon - França, 03/09/1804.
Foi descendente de uma tradicional família católica, de magistrados e de
professores. Seus pais eram Jean Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel.
FORMAÇÃO
ESCOLAR - O
jovem Rivail começou seus estudos
em sua sua cidade natal, mas
foi no castelo do famoso professor Johann Heinrich Pestalozzi, em 1814 na cidade de Yverdon - Suíça, que sua
formação secundária teve início, completando-se em 1822 quando voltou para a
França.
O
RETORNO PARA A FRANÇA - Voltou
à França bacharelado em Letras e Ciências.
Falava corretamente, além do francês, o alemão, o inglês, o italiano e o
espanhol. À Rue de Sèvres, 35, em Paris,
fundou uma instituição de ensino, onde ministrava Química, Física, Astronomia e
Anatomia Comparada. Não cobrava daqueles que não podiam pagar, revelando, desde
cedo, seu caráter humanitário.
O
CASAMENTO -
Casa-se com Amélie-Gabrielle Boudet, reafirmando um amor
de vidas passadas, cujo compromisso mútuo de auxílio, os religaram de maneira
tão apropriada.
OBRAS
EDUCACIONAIS - O Escritor pedagogo Hippolyte Léon escreveu seu
primeiro livro de pedagogia em 1824. Tinha como título "Curso Teórico e
Prático de Aritmética". Rivail teve um papel importante na implantação de novos
conceitos educacionais que revolucionaram o ensino francês na época.
PRIMEIROS
CONTATOS -
As primeiras informações que Rivail teve sobre os fenômenos das “mesas falantes” veio
através de um velho conhecido, o Sr Fortier. Isso aconteceu no final de 1854. Em 1855 Rivail encontra o velho
amigo, Sr Carlotti, que também lhe fala
dos mesmos fenômenos.
As
Mesas Girantes -
Em 1853 a Europa inteira voltava suas atenções para o fenômeno das chamadas
"mesas girantes", considerado "o maior acontecimento do
século", conforme Rev.mo Padre Ventura de Raulica, então o mais
ilustre representante da teologia e da filosofia católica. Tendo como ponto de partida os EUA, os
acontecimentos espantosos expandiam-se agora pelo mundo todo.
Em toda
parte havia referência às mesas fantásticas: table
volante
ou table tournante, para os franceses; table-moving, para os ingleses; tischrüeken, para os alemães.
Segundo
artigos na imprensa da época, os fenômenos se realizavam tanto nos mais
eminentes palácios, quanto nos mais humildes casebres. Lamentavelmente, esses
fenômenos, que na verdade ocorriam por iniciativa do plano espiritual
objetivando confundir o materialismo vigente, constituíam
para a maioria dos assistentes um passatempo como qualquer outro e ninguém se
aprofundava no estudo da causa de tais manifestações absolutamente incomuns.
AS
REUNIÕES - O Sr. Rivail presenciou os
fenômenos das mesas girantes pela primeira vez na casa da Sra. Plainemaison, no final de 1855.
Após algum tempo, ele passaria a assistir reuniões com a família Baudin. Foi nesta última
que teve início os estudos para a edição do "O Livro dos Espíritos".
Essas reuniões não tinham o caráter sério antes da presença de Rivail.
KARDEC
E SUAS PESQUISAS - Inicialmente
Kardec começou os estudos dos fenômenos espirituais lendo centenas de anotações
que foram feitas nas reuniões na casa da Sra Planeimaison. Em seguida, fez
observações profundas sobre a origem inteligente de tais fatos. Analisou
profundamente cada resposta dada às questões trazidas nas reuniões.
O
Professor Rivail utilizou, para a
composição do Livro dos Espíritos, especialmente as médiuns Caroline Baudin, 16 anos, Julie Baudin, 14 anos e Ruth Japhet, que auxiliou
especialmente na revisão da obra.
Graças
às colaborações desses médiuns, Allan Kardec, chegando à realidade dos fatos,
proclamou:
“Eu
tinha diante dos olhos, jorrada de repente, a minha estrada de Damasco, a Luz
Fulgurante da Verdade. E a Verdade, em plena luz, pareceu chamar-me pelo nome,
como fez a Paulo, e por isso, em meu Espírito, eu lhe respondi: Presente!”
Nesta
data memorável, Kardec apanhou um caderno, com o título de “Memórias” e
principiou a escrever: “Hoje,
finalmente, 18 de abril de 1857, posso dizer que lancei a público o trabalho
mais importante da minha vida pelo enorme benefício que espalhará”...
Através
da médium Srta. Japhet, na casa do Sr. Roustan, Rivail recebe uma mensagem
afirmando que ele possuía uma missão: “Deixará de haver religião e uma se fará necessária, mas
verdadeira, grande, bela e digna do criador (...) Seus primeiros alicerces já
foram colocados (...) Quanto a ti, Rivail, a tua missão é
aí'’.
Não
convencido de ser possuidor de recursos que o habilitassem a tamanha tarefa, Rivail indagou ao “Espírito
da Verdade”, no que este lhe asseverou que ele poderia triunfar ou fracassar (e
neste caso outro o substituiria), dependendo do seu livre arbítrio, mas
assistência não lhe faltaria....”a missão dos reformadores é prenhe de escolhos e perigos.
Previno-te de que é rude a tua, porquanto se trata de abalar e transformar o
mundo inteiro.''
MÉTODO
Era claro
para Kardec que a pesquisa espírita não poderia prescindir de um método. Eis
porque ele afirma: "Apliquei à nova ciência, como sempre fizera, o método
da experimentação.
Jamais utilizei teorias preconcebidas; observava atentamente, comparava e
deduzia as conseqüências. "Para tanto, usou os elementos de sua formação,
ao mesmo tempo racionalista e positivista. De um lado, somente aceitava aquilo
que não lhe violentasse a razão, aquilo que fizesse sentido na visão de mundo. De outro instituiu o
controle universal do ensino dos Espíritos, isto é, uma adaptação da repetibilidade exigida pelo método
experimental.
Com o
progresso do Espiritismo, Allan Kardec teve a intenção de publicar um jornal
espírita, e foi aconselhado pelos Espíritos Superiores a fazer o trabalho com
cuidado e seriedade, pois o jornal seria um poderoso auxiliar na divulgação e
na pesquisa espírita. Kardec então decide-se em redigir o primeiro número,
trocando a idéia de um jornal pela de uma revista, e assim faz aparecer a 1º de
janeiro de 1858 a Revista
Espírita,
que mensalmente ele iria editar por mais de 12 anos. O primeiro número saiu com
o comprometimento de suas economias, mas os pedidos de assinatura vieram de
todas as partes da Europa, tornando a Revista um sucesso.
AS
VIAGENS DE KARDEC
Em 1862,
deixa Paris para a terceira e mais extensa viagem. Em novembro do mesmo ano,
registra na Revista Espírita as suas informações:"Durante uma viagem de
seis semanas e um percurso de 193 léguas, estivemos em vinte cidades e
assistimos a mais de cinqüenta reuniões . O resultado nos deu uma grande
satisfação moral, sob o duplo aspecto das observações colhidas e da constatação
dos imensos progressos do Espiritismo."
"É
evidente a diminuição dos médiuns de efeitos físicos, à medida que se
multiplicam os médiuns de comunicações inteligentes. É que, como os Espíritos o
afirmam, a fase da curiosidade passou e já vivemos o segundo período, o da
filosofia. O terceiro, que começará em pouco, será o de sua aplicação à reforma
da Humanidade."
As obras que formam a codificação kardequiana estão representadas em cinco livros. Neles encontramos os ensinos dos espíritos superiores encarregados de trazer ao homem a revelação dos mistérios do plano espiritual em toda sua plenitude.
ØO LIVRO DOS ESPÍRITOS
ØO LIVRO DOS MÉDIUNS
ØO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
ØO CÉU E O INFERNO
ØA GÊNESE
SOCIEDADE
PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS- A redação da “Revue Spirite” e a Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas (fundada em 1º de Abril de 1858) funcionavam nesse
local, onde Kardec, às sextas-feiras, à noite dirigia sessões mediúnicas, tendo
como médiuns Victorien Sardou, Alexandre Delanne e sua esposa, Flammarion,
Leymarie e, entre outros, a adolescente Ermance Dufaux, psicógrafa de Joana
D´Arc. Kardec viveu aí mais de dez anos, onde desencarnou.
AUTO-DE-FÉ
EM BARCELONA- Em
9/09 de 1861 trezentos livros da codificação foram queimados em plena praça
pública na cidade de Barcelona-Espanha, devido a uma ação impetrada pelo bispo
com o objetivo de impedir o avanço de interesse do povo pela nova doutrina que
despontava na Europa. Essa atitude da Igreja, longe de conter, aumentou o
consumo das obras de Allan Kardec.
1869:
CHEGA AO FIM SUA MISSÃO - Allan Kardec foi
escolhido para tão elevada missão, justamente pela nobreza de seus sentimentos
e pela elevação do seu caráter, tudo aliado a uma sólida inteligência. Ele
sujeitava seus sentimentos e pensamentos à reflexão. Tudo era submetido ao
poder da lógica. Nada passava sem o rigor do método, sem o crivo do raciocínio.
Desencarnou
em 31 de março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Sua persistência e
estudo constantes foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e
organização dos ensinos do Espírito de Verdade.
Frases de Kardec:
"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade."
"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará."
"Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua conseqüência inevitável".
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações"